terça-feira, 14 de julho de 2009

As dores e as delícias de reformar

Eu, que nunca pensei em reformar nada, estou passando pela segunda obra em menos de três anos. Sempre achei que valia mais a pena comprar um apartamento já reformado (economicamente, isso continua sendo verdade – a menos que você faça uma reforma meia-boca só pra fantasiar). Mas, devido a uma série de conjunturas, ganhamos/compramos parcialmente um apartamento destruído, que precisou de uma reconstrução total, e que depois trocamos por outro que estava relativamente em bom estado, mas que não era muito do nosso gosto. As partes molhadas – cozinha, área, banheiros – pediam uma renovação, apesar de que era possível se mudar para o apartamento com estava. O que era indispensável era colocar armários na cozinha, refazer o closet, que estava sem condições de uso, e sintecar. O resto era mais uma questão de estética.

Como vendemos o apartamento anterior pra minha irmã (não a Bel, a Lídia), decidimos ficar por lá e mexer logo de uma vez em tudo o que não fosse do nosso agrado no apartamento novo. Depois da mudança, não haveria mais transtornos com pedreiros dentro de casa.

Confesso que reformar sempre me dá medo. É muita coisa pra fazer, muita despesa, muito imprevisto. Mas, dadas as condições privilegiadas – poder ficar no apartamento antigo sem pagar aluguel e receber uma ajuda financeira generosa da sogra –, decidimos meter as caras e quebrar logo tudo.

De todo esse processo, há boas e más recordações.

O lado ruim:
- Você nunca gasta o tanto que você planejou (sempre é mais, viu, galera? Nunca menos).
- Sempre dá algum conflito com os vizinhos: é um cano estourado, ou o barulho que passou dos limites, ou a sua vaga na garagem que ele insiste em usar.
- Mesmo com uma arquiteta super dedicada como a minha, você gasta muito tempo comprando coisas e visitando a obra.
- Nunca sai tudo do jeito que você planejou: é uma mancha no seu piso super exclusivo que demorou semanas pra chegar, é a descarga duo que só funciona no nível máximo, é a janela bucólica que você queria colocar entre a área de serviço e a dependência de empregada e que não deu pra fazer por causa de um pilar.
- O dinheiro que você gasta com uma reforma de qualidade e personalizada nunca é completamente absorvido pela valorização do imóvel.
- Grande parte dos fornecedores não respeita os prazos de entrega, e você fica igual doido cobrando a mercadoria.
- Tudo isso gera muito estresse, e você só fica torcendo pra que acabe logo!

O lado bom:
- Se você tiver um arquiteto que compartilhe seus gostos, ou que pelo menos os compreenda, é uma delícia sentar junto e bolar o projeto.
- Algumas compras são super divertidas, como a do ladrilho hidráulico, que rendeu uma viagem a Goiânia.
- Mesmo com algumas limitações, o apartamento fica a nossa cara.
- É maravilhoso ver a obra andando, pouco a pouco: um cômodo que ficou pronto, a pintura nova, as luminárias instaladas.
- Quando acaba, você olha praquilo pronto, vê que sobreviveu e que ficou lindo. Depois você se muda e, se Deus quiser, enche a casa de filhos, parentes e amigos e vive feliz para sempre!

Um comentário:

  1. Lado bom: As irmãs ficam mais amigas; a arquiteta fica mais esperta; os nenens tem muitas histórias pra ouvir sobre cada canto da casa.

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